INTERROGANTE: – Por que você crê em Jesus Cristo?
INTERROGADO: – Porque é impossível ficar indiferente a Verdade Divinamente revelada. Podemos negá-la, não aceitá-la, odiá-la, deturpá-la, mas não podemos apagá-la do mundo porque ela estará sempre em nossas consciências.
INTERROGANTE: – E quem te revelou esta verdade?
INTERROGADO: – A própria Verdade. Sendo a única Verdade, não pode ser revelada por outra fonte verídica senão Ela própria.
INTERROGANTE: -Onde posso encontrar esta Verdade?
INTERROGADO: -Deixando que Ela te encontre: “porque Ela é encontrada pelos que não a tentam, e se revela aos que não lhe recusam sua confiança. (Sabedoria, 1 – 1,2)
INTERROGANTE: -Como você conheceu Jesus Cristo? Para acreditar nele, precisou conhecê-lo, certo?
INTERROGADO: – Ele nos encontra em nossa falta de esperança, nos busca em nossa confusão intelectual, e se mostra em sua Caridade.
Mas Ele nos encontra por vários meios, dentre eles, o de maior expressão que é o AMOR. (ubi Caritas et Amor, Deo sibi est)
Portanto, jamais desistamos de buscar a Verdade Suprema que liga a humanidade à Divindade.
Essa é a base de toda busca.
INTERROGANTE: – Se eu nunca ouvi falar de Jesus Cristo, como posso acreditar nele?
INTERROGADO: – Ele se manifesta em toda natureza criada: “Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, o seu sempiterno poder e divindade, se tornam VISÍVEIS À INTELIGÊNCIA, por suas obras; de modo que não se podem escusar. (Rm 1,20)
Ele se manifesta, por exemplo, no pelicano, que se lançando a terra, se mata para que os filhotes na época da escassez de alimentos possam comer da sua carne e beber de seu sangue para não morrerem de fome. Ele se mostra nas mães animais, que ao se lançarem sobre o predador, dão suas vidas para que as suas crias sobrevivam. “Muitas vezes e de diversos modos outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas. (Hebreus 1,1)
A verdade é imutável, e não pode ser contida, estando em todas as coisas.
INTERROGANTE: – Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? (Romanos 10:14).
INTERROGADO: – A primeira manifestação de Cristo é em nossas consciências, na inquietação do homem pela razão de sua existência. E isso se dá pelo Sacramento do Batismo: “Esta água prefigurava o BATISMO DE AGORA, que vos salva também a vós, não pela purificação das impurezas do corpo, mas pela que consiste em pedir a Deus UMA CONSCIÊNCIA BOA, pela ressurreição de Jesus Cristo. (I São Pedro 3, 21)”
O passo seguinte, de fato, é a pregação, a revelação daquilo que só se percebia em enigmas, indiretamente e ainda de modo não revelado.
Mas apenas pela pregação, sem que a Fé que é PURO DOM DE DEUS (Efésios 2,8) já esteja fomentada na alma do indivíduo pelo sacrossanto Batismo, o que se pode obter é apenas ideologia, uma falsa crença e uma falsa fé. Por isso, o homem é movido para Deus através de Deus, sendo que a pregação apenas lhe revela.
INTERROGANTE: – Outra questão seria como converter pregando aos SURDOS-MUDOS QUE NÃO PODERIAM OUVIR?
INTERROGADO: – A única resposta será pela Caridade e pelos Sacramentos.
A pregação não está restrita apenas as palavras, mas está contida no âmbito dos atos e hábitos, porque a Fé também opera pela CARIDADE (Efésios 5.5,6), pelo Batismo, pela Eucaristia e na imitação que fazemos de Cristo como modelo para conversão alheia.
INTERROGANTE: – “Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.” Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? Não está nossa Fé em Jesus Cristo enraizada no testemunho que ouvimos?
INTERROGADO: – Através das palavras e dos atos que a Igreja nos apresenta e tudo aquilo que nos rodeia, e nos é necessário a conhecer a Deus. Certa vez, ouvi um testemunho de um ateu (que já podemos deduzir que passou a vida buscando um sentido para a mesma), que entrou numa Igreja vazia, e cinco minutos, depois saiu convertido (acreditando em Jesus Cristo).
INTERROGANTE: – O que o levou a esta conversão?
INTERROGADO: – Todos ouviram, muitos não creram. Também muitos não ouviram por palavras, mas viram sua Glória, porque os gentios não tinham a pregação da lei da obediência, mas traziam a obediência em seus corações, porque o Reino de Deus não é só de Palavras, mas principalmente de atos, como ensinou o apóstolo, que fazia muitas pregações auriculares: – “Porque o Reino de Deus não consiste em Palavras, mas em Atos. (I Coríntios 4, 20)”
Deus não é uma medida que possa ser contido, antes, é Ele que contém em si todas as coisas.
Esse ateu, incrédulo, se converteu apenas por olhar a IMAGEM representativa do CRISTO CRUCIFICADO no Altar.
A Palavra de Deus, que é Cristo Encarnado, pode ser expressada tanto nas palavras dos homens, quanto também pelo que nos é visível, e assim por todos os sentidos nos quais Deus se comunica conosco.
CRISTO é a Palavra de Deus Encarnada.
Palavra de Deus não apenas em sinais ou sílabas, mas em ação, pois a Palavra com ação é o que se chama VERBO. (São João 1.1-6)